Concepção artística de um clarão resultante da interação de um cometa com um buraco negro. |
Há vários anos, alguns cientistas suspeitam que um mundo imenso e invisível possa estar à espreita no sistema solar externo - um mundo conhecido como Planeta Nove. A evidência vem das órbitas estranhas de alguns objetos menores próximos a Netuno que parecem ser influenciados por um planeta volumoso e ainda não encontrado.
A influência do Sol se estende muito além do que muitas pessoas pensam quando se trata do sistema solar. Por exemplo, foram necessários 36 anos e 19 bilhões de quilômetros para a Voyager 1 deixar a bolha protetora do Sol, chamada heliosfera. Portanto, não é surpreendente saber que os cientistas ainda estão encontrando novos objetos gelados que orbitam muito além de Netuno, conhecidos como Objetos Trans-Netunianos (TNOs).
Alternativamente, segundo alguns cientistas especulam agora, o Planeta Nove poderia ser um buraco negro primordial. A teoria diz que esses minúsculos buracos negros poderiam ter surgido nas primeiras frações de segundo após o Big Bang.
Agora, os cientistas de Harvard propuseram uma maneira de determinar, de uma vez por todas, se o Planeta Nove poderia ou não ser um buraco negro. Especificamente, o novo método vasculharia o sistema solar externo em busca de evidências de explosões reveladoras emitidas quando um buraco negro devora um cometa ou outro objeto. Essas explosões, dizem eles, poderão ser detectadas pelo Observatório Vera C. Rubin, no Chile, a ser inaugurado em 2022.
Como os buracos negros são extremamente difíceis de localizar, os cientistas devem tentar identificá-los observando sua influência em objetos próximos ou, alternativamente, capturando flashes de luz que são emitidos quando a matéria entra em espiral em direção a eles.
Assim, para procurar buracos negros no sistema solar distante, dois astrofísicos desenvolveram um método para procurar explosões geradas quando um buraco negro encontra pequenos objetos na Nuvem de Oort , que é uma vasta concha de trilhões de corpos gelados que envolvem nosso sistema solar. Ocasionalmente, dizem os pesquisadores, objetos desta nuvem, como cometas, devem interagir com quaisquer buracos negros próximos a eles, produzindo um clarão visível, que poderia identificá-lo.
O telescópio chileno fará uma varredura sobre o nosso Sistema Solar repetidamente, o que dará para os cientistas uma riqueza de dados nunca antes vista. São esses dados que vão permitir que os astrônomos investiguem a natureza misteriosa da energia que emana dessa região do espaço, podendo resolver de uma vez por todas o enigma do Planeta Nove.
Fonte: Astronomy
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