Descoberto o Maior Buraco Negro de Massa Estelar da Via Láctea

Os astrônomos identificaram o maior buraco negro estelar já descoberto na Via Láctea, com uma massa 33 vezes maior que a do Sol, de acordo com um estudo publicado em 16/04/2024.

O buraco negro, denominado Gaia BH3, foi descoberto “por acaso” a partir de dados recolhidos pela missão Gaia da Agência Espacial Europeia, disse à AFP Pasquale Panuzzo um astrônomo do Centro Nacional de Investigação Científica (CNRS) do Observatório de Paris.

Gaia, que se dedica ao mapeamento da Via Láctea, localizou BH3 a 2.000 anos-luz de distância da Terra, na constelação de Áquila.

Como o telescópio de Gaia pode fornecer uma posição precisa das estrelas no céu, os astrônomos foram capazes de caracterizar as suas órbitas e medir a massa da companheira invisível da estrela – 33 vezes a do Sol.

Outras observações obtidas com telescópios terrestres confirmaram que se tratava de um buraco negro com uma massa muito maior do que os buracos negros estelares já existentes na Via Láctea.

Concepção artística mostrando as órbitas da estrela e do buraco negro, apelidado de Gaia BH3, em torno do seu centro de massa comum.

O buraco negro estelar foi descoberto quando os cientistas detectaram um movimento “oscilante” na estrela companheira que o orbitava.

“Pudemos ver uma estrela um pouco menor que o Sol (cerca de 75 por cento da sua massa) e mais brilhante, que girava em torno de uma companheira invisível”, disse Panuzzo.

Os buracos negros estelares são criados a partir do colapso de estrelas massivas no final das suas vidas.

Tais gigantes já foram detectados em galáxias distantes através de ondas gravitacionais, mas “nunca na nossa”, disse Panuzzo.

BH3 é um buraco negro "adormecido" e está demasiado longe da sua estrela companheira para lhe retirar a matéria e, portanto, não emite raios X - o que o torna difícil de detetar.

O telescópio  Gaia identificou os dois primeiros buracos negros inativos (Gaia BH1 e Gaia BH2) na Via Láctea.

Gaia opera a 1,5 milhões de quilómetros da Terra nos últimos 10 anos e em 2022 entregou um mapa 3D das posições e movimentos de mais de 1,8 mil milhões de estrelas.


Fonte: PHYS.ORG


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