Caçador de Exoplanetas da Europa Atinge Órbita em Torno da Terra

O telescópio espacial de busca de exoplanetas da Europa, o CHEOPS, deixou a Terra na quarta-feira e entrou em órbita, um dia depois de sua decolagem ter sido adiada por uma falha técnica no foguete Soyuz durante a contagem final. Esse foi o terceiro lançamento deste ano de um foguete russo Soyuz na Guiana Francesa.
O telescópio medirá a densidade, composição e tamanho dos planetas além do nosso Sistema Solar - conhecidos como exoplanetas.
De acordo com a Agência Espacial Européia (ESA), o CHEOPS observará estrelas brilhantes que já são conhecidas por serem orbitadas por planetas.
"Cheops posicionou-se a 710 quilômetros de distância, exatamente onde queríamos que ficasse, absolutamente perfeito", disse Didier Queloz, vencedor do Prêmio Nobel de Física de 2019, à AFP na Guiana Francesa, onde ocorreu o lançamento.
Aproximadamente 4.000 desses exoplanetas foram descobertos desde que Queloz e seu colega Michel Mayor identificaram o primeiro, chamado "51 Pegasi b", há 24 anos.
O satélite decolou às 05:54 (horário de Brasília), da Guiana Francesa.
Na terça-feira, a sequência automática do lançador foi interrompida durante a contagem regressiva de 1 hora e 25 minutos, devido ao que foi descrito como "uma anomalia" na configuração do lançamento.
Os cientistas hoje estimam que existem pelo menos tantas galáxias quanto estrelas - aproximadamente 100 bilhões.
"Queremos ir além das estatísticas e estudá-las em detalhes", disse o chefe de missão David Ehrenreich à AFP antes do lançamento de quarta-feira.
CHEOPS, um acrônimo para caracterizar o ExOPlanet Satellite, procurará entender melhor do que esses planetas são feitos.
É um passo importante na longa busca para desvendar as condições necessárias para a vida extraterrestre, mas também para desvendar as origens de nosso próprio planeta.
O satélite orbitará a Terra a uma distância de 700 quilômetros, estudando rochas que orbitam estrelas a vários anos-luz de distância.
O objetivo é compor "uma foto de família de exoplanetas", disse Guenther Hasinger, diretor de ciências da ESA, à AFP na terça-feira.
Queloz disse que é improvável que o CHEOPS resolva o Santo Graal da astrofísica - existe vida em outros planetas?
"No entanto, para entender a origem da vida, precisamos entender a geofísica desses planetas", disse ele.
"É como se estivéssemos dando o primeiro passo em uma grande escada".
Ele acrescentou que a missão permitirá que os especialistas meçam a quantidade de luz refletida nos planetas, o que por sua vez poderá revelar novas ideias sobre sua atmosfera ou superfície.
"O lançamento é um momento importante, um passo emocional, mas o verdadeiro momento mágico para nós será quando os primeiros resultados chegarem", disse Queloz.
Segundo a ESA, isso deve acontecer dentro de alguns meses.

Fonte: Space Daily

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