Rover Lunar da China Estuda Pedras no Outro Lado da Lua


O rover lunar da China realizou uma detecção científica em algumas pedras do outro lado da Lua, o que pode ajudar os cientistas a descobrir se elas vieram do espaço ou são nativas da própria Lua.
O rover Yutu-2, ou Jade Rabbit-2, foi enviado para a Cratera Von Karman na Bacia do Polo Sul-Aitken (SPA, na sigla em inglês), no outro lado da Lua, em 3 de janeiro, na missão Chang'e-4.
O rover já percorreu cerca de 127 metros na Lua, e está entrando em modo "pausa de meio-dia", já que a temperatura na Lua fica extremamente alta nesse período. Está programado para retomar o trabalho em 10 de março e mudar para o modo de repouso em 13 de março, de acordo com o Centro de Exploração Lunar e Programa Espacial da Administração Nacional do Espaço da China.
Os cientistas disseram que o veículo conduziu a detecção científica em suas trilhas e pedras próximas. A maior pedra detectada tem um diâmetro de cerca de 20 cm e a sonda chegou a uma distância de 1,2 metros.
Especialistas do Centro Nacional de Ciências Espaciais (NSSC, na sigla em inglês) da Academia Chinesa de Ciências (CAS, na sigla em inglês) disseram que querem descobrir a origem das pedras, se elas são nativas da Lua ou meteoritos vindos do espaço. Se elas são nativas, qual é o processo físico de sua formação?
Como resultado do efeito de bloqueio das marés, o ciclo de revolução da Lua em tornp da Terra é o mesmo que o seu ciclo de rotação, consequentemente mostrando sempre o mesmo lado para a Terra. O lado mais oposto da Lua era considerado um território virgem com características únicas, e os cientistas esperam descobertas importantes.
Ping Jinsong, um pesquisador dos Observatórios Astronômicos Nacionais, na China, disse que as rochas na superfície da Lua poderiam ser corpos fragmentados durante o impacto de meteoritos.
Cientistas descobriram evidências indicando um pesado evento de bombardeamento de asteroides no sistema solar em torno de 3,9 bilhões de anos atrás. E a bacia do SPA pode ser resultado de um impacto desse período. A exploração pode oferecer pistas sobre por que o bombardeio ocorreu, disse Zou Yongliao, diretor da divisão de exploração espacial e lunar do CAS.
A outra possibilidade é que as pedras sejam naturais da Lua mesmo e contenham informações geológicas diferentes da poeira lunar, disse Ping. "A análise da composição de suas substâncias pode nos ajudar a entender melhor a evolução da Lua", disse Zou.
Além disso, o estudo sobre os rastros do veículo espacial pode revelar informações sobre a história evolutiva da superfície lunar durante bilhões de anos, disse Ping.
O roover lunar de 135 kg Jade Rabbit-2 é o primeiro veículo a se movimentar no lado oposto da Lua, assim como o mais leve veículo já enviado para a Lua.
Das imagens enviadas de Chang'e-4, os cientistas descobriram que a área ao redor da sonda é pontilhada com crateras de diferentes tamanhos, e é muito difícil para o rover dirigir na região, mesmo sendo altamente direcionável.
Se houver obstáculos na frente, o roover pode parar e planejar uma nova rota por conta própria. Ele também pode subir algumas encostas e atravessar terrenos rochosos, de acordo com seus criadores da Academia Chinesa de Tecnologia Espacial.
O rover enviou de volta fotos sobre as pedras do outro lado da Lua. Especialistas da NSSC disseram que não é fácil para o rover tirar fotos, já que ele não pode se mover tão livremente quanto um ser humano. Demora muito tempo para mover e ajustar a posição e o ângulo do rover.
Os cientistas esperam que Jade Rabbit-2 viaje mais para enviar mais imagens do terreno desconhecido, "ouça" as histórias registradas nas antigas rochas lunares e encontre mais vestígios da história primitiva da Lua e do sistema solar.
Os cientistas disseram que é apenas o começo da jornada científica do Jade Rabbit-2, e eles esperam descobertas mais impressionantes.

Fonte: Space Daily

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