Cientistas Determinam a Cratera de Meteoro mais Antiga já Descoberta

A Terra tem cerca de 190 grandes crateras de meteoro, mas os cientistas sabem apenas a idade de poucas. Recentemente, um cientista da NASA analisou a idade da cratera de meteoro de Yarrabubba na Austrália e descobriu que ela tinha 2,229 bilhões de anos, tornando-a agora a cratera mais antiga atualmente conhecida.
"É 200 milhões de anos mais antiga que a cratera Vredefort Dome, de mais de 200 quilômetros, na África do Sul, conhecida até então como a mais antiga", disse Timmons Erickson, cientista da divisão de Ciência e Pesquisa em Astromateriais, ou ARES, do Centro Espacial Johnson.
 Os cientistas estão interessados ​​em datar a época em que esses meteoros caíram porque esses impactos provavelmente desempenharam papéis significativos no desenvolvimento ambiental e na história do nosso planeta. Por exemplo, muitas pessoas estão familiarizadas com a teoria de que os dinossauros foram exterminados por uma reação climática em cadeia, desencadeada por um meteoro que atingiu a Península de Yucatán no México há 66 milhões de anos.
"Os cientistas se perguntam como os impactos dos meteoros podem se relacionar com a formação dos continentes. Também gostaríamos de saber quando a frequência dos impactos de meteoros declinou a ponto de a vida emergir e prosperar", afirmou Erickson. "Todas essas são grandes questões no campo da ciência".
A cratera de Yarrabubba que Erickson estudou está localizada em uma parte muito remota da Austrália Ocidental. Acredita-se que a cratera original tenha 70 quilômetros de diâmetro, embora seu remanescente hoje seja de apenas 20 quilômetros.
Essa cratera de impacto é tão antiga que se parece pouco com a original que teria uma borda claramente visível e uma tigela profunda. Em vez disso, as características antes definidas de Yarrabubba foram desgastadas pelo vento, chuva e outras forças naturais, deixando apenas afloramentos rochosos e cordilheiras cobertas de vegetação.
A condição atual de Yarrabubba impede que os cientistas usem a abordagem mais comum para estudar crateras de impacto. Muitas crateras geralmente apresentam o que é chamado de "chapa derretida", que é uma camada superior de rocha que é aquecida a ponto de derreter e cristalizar quando o impacto ocorre. Essa rocha pode ser usada para datar o evento, mas geralmente é uma das primeiras a ser alterada ou desgastada, como no caso de Yarrabubba.
Então, como os cientistas podem determinar a idade de uma antiga cratera de meteoros tão desgastada pelo tempo?

Imagem de um grão de zircão mostrando uma textura excepcional de recristalização devido ao impacto.

Erickson fez isso procurando rochas que mostravam sinais de terem sido submetidas ao choque e ao calor de um impacto de meteoro. Em particular, ele coletou amostras de rochas que contêm dois minerais: zircão e monazita. Os minerais são cristais que contêm urânio e chumbo, cuja proporção pode ser medida para determinar a idade da rocha. Erickson e a equipe de pesquisa usaram um microscópio eletrônico na Universidade Curtin para observar cristais derretidos pelo impacto do meteoro. Os cientistas então mediram o urânio e o chumbo nesses cristais para calcular sua idade e chegaram aos 2,229 bilhões de anos.
O momento do impacto de Yarrabubba coincide com a formação de algumas das primeiras calotas polares e geleiras da Terra, logo após o surgimento de oxigênio na atmosfera.
"O melhor deste projeto é que mostra como podemos determinar a idade de antigas crateras profundamente erodidas", disse Erickson.
Dada essa nova capacidade, a ARES adicionou o equipamento para datação de antigas crateras de meteoros às suas próprias instalações em Houston. A adição ajudará ainda mais cientistas a identificar a idade das crateras de meteoro do nosso planeta e, como resultado, revelar mais sobre o longo, complicado e às vezes explosivo passado da Terra.

Fonte: NASA

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